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SHP, KML e DXF/DWG: Um Guia Completo Para Iniciantes

Se você trabalha com geoprocessamento e sensoriamento remoto, frequentemente irá se deparar com arquivos em formato shp, kml e dxf/dwg. Mas afinal, você sabe exatamente o que são esses arquivos e quando utilizar cada um?

Essa é uma dúvida bastante comum, especialmente entre profissionais iniciantes.

Entretanto, até mesmo profissionais experientes podem ter dificuldades ao lidar com os diferentes formatos vetoriais disponíveis no mercado, principalmente ao trabalhar em plataformas de GIS e CAD simultaneamente.

Para ajudá-los, neste artigo iremos trazer um guia completo sobre arquivos shapefile (SHP), KML e DXF/DWG, respondendo as principais dúvidas em relação à utilização desses formatos de arquivos em projetos de GIS e CAD.

O que são arquivos SHP, KML e DXF/DWG?

De forma simplificada, podemos entender os arquivos shp, kml e dxf/dwg como sendo arquivos vetoriais utilizados em sistemas de GIS (Geographic Information Systems) e CAD (Computer-Aided Design) para representar pontos, linhas e polígonos.

Entretanto, cada tipologia de arquivo apresenta características especiais que tornam as suas aplicações bastante distintas umas das outras.

Essas diferenças incluem aspectos como estrutura interna, compatibilidade com softwares, capacidade de armazenar atributos e metadados, tipologia de visualização, origem e aplicações.

Abaixo, irá encontrar uma descrição sucinta de arquivos shp, kml e dxf/dwg, contemplando as suas principais características a título de comparação:

  • SHP (Shapefile): é um formato de arquivo vetorial criado pela empresa ESRI, amplamente utilizado em GIS, em especial no software ArcGIS. Um arquivo SHP armazena feições geográfica, como pontos, linhas ou polígonos, e seus atributos descritivos. Para funcionar corretamente, o shapefile depende de pelo menos três arquivos associados: shp (geometria), shx (índice espacial) e dbf (atributos). Também pode incluir o prj (sistema de coordenadas), entre outras tipologias de arquivos.
  • KML (Keyhole Markup Language): é um formato baseado em XML, criado pelo Google para visualização de dados geográficos em plataformas como o Google Earth e Google Maps. Um arquivo KML pode representar marcadores, trajetos, áreas e até modelos 3D.
  • DXF/DWG: são formatos usados em softwares CAD, como o AutoCAD. O DWG (Drawing) é o arquivo de desenho original, enquanto o DXF (Drawing Exchange Format) é a versão aberta usada para compartilhamento com outros sistemas. Ambos são ideais para representar elementos precisos de engenharia e topografia, como plantas, curvas de nível, perfis e seções.

Entendeu agora o que são arquivos shp, kml e dxf/dwg?

No próximo tópico, vamos conhecer as características principais de um arquivo em formato shapefile (shp).

Quais são as principais características do formato SHP?

Se você trabalha com geoprocessamento o e sensoriamento remoto utilizando softwares como o ArcGIS ou QGIS, o formato shapefile (shp) será essencial para a condução de projetos de qualquer natureza.

Esse tipo de formato de arquivo vetorial foi desenvolvido pela ESRI, criadora do software ArcGIS. Embora a ESRI seja proprietária intelectual dessa tipologia de arquivo, arquivos shapefile (shp) são compatíveis com quase todas os sistemas de GIS.

Arquivos shapefile (shp) são considerados arquivos abertos e universais. A compatibilidade de arquivos shapefile (.shp) facilita a integração de dados geoespaciais entre diferentes projetos e plataformas, como entre o ArcGIS e QGIS.

Embora utilizemos comumente o termo shp para nós referir à arquivos shapefile, na verdade, esta tipologia de arquivos é composta por um conjunto de arquivos que trabalham juntos para representar informações geográficas.

Por isso, quando você salvar um arquivo shapefile em uma pasta em seu computador, irá encontrar outros arquivos associados na mesma pasta. Abaixo, irá encontrar uma descrição completa de cada tipologia de arquivo presente em um shapefile:

  • Arquivo shp (arquivo de geometria): armazena a geometria dos objetos espaciais, ou seja, as formas vetoriais que representam pontos, linhas ou polígonos no espaço geográfico. É o arquivo principal que define o formato físico das feições, como a localização exata de vértices e segmentos. Quando você criar uma nova feição no ArcGIS ou QGIS, ela irá ser salva em shp.
  • Arquivo shx (arquivo de índice): contém o índice das geometrias armazenadas no shp. Esse índice permite um acesso rápido e eficiente às feições geográficas, facilitando a navegação e a consulta dos dados espaciais, especialmente em arquivos de grande volume.
  • Arquivo dbf (arquivo de atributos): guarda os dados de tabelas associados a cada feição espacial, ou seja, informações descritivas como nomes, códigos, valores numéricos ou categorias. Esse arquivo está associado à tabela de atributos em um projeto de GIS.
  • Arquivo prj (arquivo de projeção): contém informações sobre o sistema de coordenadas e a projeção cartográfica utilizada no shapefile. Esse arquivo é fundamental para garantir que os dados sejam corretamente posicionados no espaço, permitindo a integração precisa com outras camadas geográficas que utilizem diferentes sistemas de referência.

Agora que você já sabe o que são arquivos shapefile, vamos entender a próxima tipologia de arquivo vetorial comumente utilizada em GIS, os arquivos formato KML.

Quais são as principais características do formato KML?

Arquivos formato KML (Keyhole Markup Language) foram desenvolvidos pela empresa Keyhole, que atualmente faz parte da Google.

Por isso, ao utilizar softwares como o Google Earth ou o Google Maps, está será a tipologia nativa de dados de saída. Eles são fundamentais em projetos de geoprocessamento e sensoriamento remoto, sendo comumente utilizados para visualização e compartilhamento de dados, especialmente na fase inicial de um projeto.

De forma similar aos arquivos shp, os arquivos kml são utilizados para representar pontos, linhas e polígonos associados á coordenadas geográficas. Entretanto, esta tipologia de arquivo não é tão adequada para realização de análises espaciais complexas como o shapefile.

Isso acontece pelo fato de não serem capazes de utilizar tabelas de atributos de forma tão completa como em arquivos shapefile. Além disso, também não são ideais para realizar análises espaciais associadas a operações de geoprocessamento muito complexas.

Uma das vantagens dos arquivos kml, é que eles são baseados em arquivos XML de texto, podendo ser criados manualmente utilizando um editor de texto e abertos em softwares como o Google Earth.

Ao utilizar esta tipologia de arquivo, você também irá encontrar outro tipo de arquivo denominado de kmz. Arquivos kmz representam uma versão compactada de um ou mais arquivos kml, podendo conter ainda outros arquivos associados.

Arquivos kmz são normalmente utilizados para compartilhamento de dados em kml. O fato de serem arquivos compactados e compatíveis com outras plataformas, torna os arquivos kmz essenciais para o compartilhamento de dados em projetos de GIS.

Em resumo, arquivos kml e kmz são ideais para compartilhamento, apresentação e visualização de dados geográficos, sendo um formato versátil para quem precisa compartilhar informações geoespaciais de forma rápida e acessível.

Agora que você já sabe o que são arquivos KML, vamos entender um pouco mais sobre os arquivos DXF/DWG, comumente utilizamos em projetos que envolvem integração entre GIS e CAD.

Quais são as principais características dos formatos DXF/DWG?

Ao contrário de arquivos shapefile (shp) e kml, os arquivos dxf e dwg não foram desenvolvidos originalmente para serem utilizados em sistemas de GIS. Essa tipologia de arquivo está associada à sistemas de CAD.

Essa tipologia de arquivo foi desenvolvida pela AutoDesk para ser o formato principal de desenhos realizados no software AutoCAD.

Entretanto, os arquivos dxf e dwg representam formatos de arquivos essenciais para comunicação entre softwares de GIS e CAD. Por isso, são amplamente utilizados em projetos que envolvem áreas como engenharia civil, topografia ou arquitetura que se relacionam com GIS.

Os arquivos DWG (Drawing) são o formato nativo do AutoCAD. Eles armazenam informações de projetos em 2D ou 3D. São os arquivos principais utilizados em projetos de engenharia e arquitetura. Cabe destacar, que eles normalmente não são compatíveis com outros softwares.

Por outro lado, os arquivos DXF (Drawing Exchange Format) foram criados com o objetivo de facilitar a compatibilidade entre o AutoCAD e outros softwares, como o ArcGIS ou QGIS.

Entretanto, ao trabalhar com arquivos dxf em GIS, é comum que seja necessário georreferenciar os arquivos em um sistema de coordenadas compatível para que eles façam sentido em um ambiente de GIS. Afinal, sistemas CAD se diferem bastante dos sistemas GIS.

Em resumo, arquivos DXF/DWG são fundamentais em projetos que envolvem a integração de projetos em CAD e GIS. Em especial, os arquivos DXF são utilizados para realizar a comunicação entre o AutoCAD e softwares como o ArcGIS ou QGIS.

No próximo tópico, vamos entender quando utilizar cada tipologia de formato de dado vetorial.

Quando utilizar arquivos SHP, KML e DXF/DWG?

A escolha entre os formatos SHP, KML e DXF/DWG depende do tipo de projeto, do software utilizado e dos objetivos do projeto.

O SHP é ideal para análises espaciais em softwares GIS como ArcGIS ou QGIS. É a melhor opção quando se deseja manipular dados geográficos e realizar análises espaciais complexas.

O KML é mais indicado para visualização de dados geográficos, especialmente em plataformas como Google Earth e Google Maps. É fácil de compartilhar, sendo recomendado para o compartilhamento e visualização rápida de dados espaciais.

Já os formatos DXF/DWG, são utilizados em softwares CAD como AutoCAD, sendo ideais para projetos de engenharia, arquitetura e topografia. Embora não tenham sido desenvolvidos para ambientes GIS, o formato DXF é utilizado para integrar GIS e CAD.

É possível converter entre SHP, KML e DXF/DWG? Como fazer isso?

Sim, é possível converter arquivos SHP, KML e DXF/DWG. Essa é uma prática bastante comum em projetos de geoprocessamento e sensoriamento remoto.

Mesmo que você seja um profissional iniciante, irá necessitar de converter esses formatos de arquivos, em especial, arquivos KML em arquivos SHP.

Para isso, é possível utilizar recursos presentes no ArcGIS e QGIS ou utilizar softwares externos com o MyGeodata Converter.

Entretanto, é necessário bastante atenção ao converter esses formatos de arquivos. Você deve estar atento aos sistemas de coordenadas, tabela de atributos, geometrias e outras informações que podem necessitar de atenção especial.

Se deseja saber um pouco mais, recomendamos que acesse os seguintes conteúdos da GeoSense:

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