Se você deseja trabalhar com topografia com drones, entender o que são e como funcionam levantamentos planialtimétricos será essencial para o sucesso de sua carreira.
Essa tipologia de levantamento topográfico é a mais comum de ser exigida em projetos que envolvem o mapeamento aéreo com drones.
Para ajudá-lo a entender um pouco mais sobre esse assunto, neste artigo iremos explicar o que é, como funciona e principais aplicações de levantamentos planialtimétricos.
O que é um levantamento planialtimétrico?
Embora levantamentos topográficose levantamentos planialtimétricos muitas vezes sejam considerados sinônimos, eles não são realmente.
Levantamentos topográficos podem ser de três naturezas distintas: planimétricos, altimétricos ou planialtimétricos.
Ou seja, todo levantamento planialtimétrico é um levantamento topográfico. Mas nem todo levantamento topográfico é um levantamento planialtimétrico.
Quando nós referimos à planialtimetria,estamos falando da representação conjunta das dimensões horizontais e verticais de um terreno.
A planialtimetria considera tanto a localização dos pontos no plano quanto suas respectivas altitudes. De forma prática, podemos entender isso como sendo a representação de uma área por meio de latitude, longitude e altitude plotadas em coordenadas X, Y e Z.
Esse tipo de levantamento é fundamental quando se deseja compreender com precisão a forma, os limites, a inclinação e o relevo de uma área.
Este tipo de levantamento consiste na forma mais completa de se representar um terreno. Por isso, é extensamente utilizado em áreas exigentes como a engenharia civil, arquitetura ou mineração.
Para que você entenda também o que é planimetria e altimetria, nos próximos tópicos iremos abordar de forma sucinta no que consiste esses dois tipos de levantamentos topográficos.
O que é um levantamento planimétrico?
O levantamento planimétrico é um tipo de levantamento topográfico que tem como objetivo representar a forma e os limites de uma área, desconsiderando as variações de relevo.
Em outras palavras, esse levantamento se concentra exclusivamente na posição horizontal dos elementos no terreno, utilizando latitude e longitude para definir sua localização no espaço.
Também podemos entender isso como sendo uma forma de plotar o terreno utilizando-se apenas coordenadas X e Y. Ou seja, levantamentos planimétricos são representações bidimensionais que não consideram a altitude.
Esse tipo de levantamento é ideal quando se deseja estudar apenas a forma ou os limites de uma área. Por isso, são extensamente utilizados em projetos que envolvem a delimitação de terrenos e medições de áreas de interesse em propriedades rurais ou urbanas.
O que é um levantamento altimétrico?
O levantamento altimétrico é um tipo de levantamento topográfico que tem como objetivo representar exclusivamente as variações de altitude de uma área.
Neste tipo de levantamento representamos o terreno utilizando apenas as variações de relevo. Para isso, utilizamos coordenadas de altitude, ou seja, a coordenada Z.
Embora seja menos comum que os levantamentos planimétricos e planialtimétricos, esse tipo de levantamento é muito simples de ser executado.
Ele desempenha um papel fundamental em projetos de drenagem e escoamento de água, curvas de nível para plantio na agricultura, análises de áreas de risco de deslizamento ou avaliações simplificadas de declividade de terrenos.
Como funciona um levantamento planialtimétrico?
Atualmente, a forma mais moderna de se realizar um levantamento planialtimétrico consiste na utilização de drones voltados para mapeamento aéreo.
Por meio desses equipamentos, somos capazes de sobrevoar determinada área, obtendo fotografias sobrepostas que são então processadas por meio de técnicas de fotogrametria digital para criar ortomosaicos, nuvens de pontos e modelos tridimensionais que representam com fidelidade coordenadas X, Y e Z de determinada área.
Cabe lembrar que, na maioria dos casos, os levantamentos planialtimétricos serão muito exigentes em termos de precisão especial. Por isso, é indispensável a utilização de sistemas GNSS RTK/PPK.
Esses equipamentos devem ser utilizados em conjunto com o levantamento aéreo por meio da coleta de Pontos de Controle em Solo. Outra alternativa, é utilizar drones que já possuem tecnologia GNSS RTK/PPK embarcada.
Isto é fundamental para garantir que as coordenadas X e Y (latitude e longitude) apresentem precisão espacial adequada.
Ressalta-se que drones voltados para a fotogrametria digital constituem na forma mais simples, rápida, segura e barata para realizar levantamentos planialtimétricos.
Entretanto, em alguns casos, como em áreas de vegetação densa ou em projetos que exigem alta precisão e qualidade, drones embarcados com LiDAR ou equipamentos de LiDAR Terrestre podem ser mais adequados.
Outras formas de levantamento para situações específicas incluem a utilização de equipamentos mais antigos como as estações totais e o teodolito.
Se você deseja aprofundar em toda a teoria por trás do planejamento, execução e interpretação de levantamentos planialtimétricos, recomendamos que acesse os seguintes conteúdos:
- MDS, MDT e MDE: Modelos Geoespaciais e Suas Aplicações
- Mapa Topográfico: O Que é e Como Interpretar?
- Topografia com Drones: Tudo o Que Você Precisa Saber
- Topografia com Drones: Um Guia Completo Para Iniciantes
Agora que você já entendeu o básico sobre o que são e como funcionam os levantamentos planialtimétricos, que tal conhecer algumas de suas principais aplicações?
Ao entender onde e por que aplicar esse tipo de levantamento, você perceberá como ele é essencial para transformar informações do terreno em soluções para problemas práticos.
Principais aplicações de levantamentos planialtimétricos
Os principais produtos de um levantamento planialtimétrico são os modelos tridimensionais gerados pelo levantamento, bem como, os mapas topográficos gerados a partir deles.
Estes produtos podem ser utilizados para cumprir objetivos distintos em muitas áreas do conhecimento, que incluem:
- Engenharia civil e arquitetura: no planejamento e execução de obras, estradas, barragens, túneis, pontes e edifícios, além de estudos de viabilidade e dimensionamento de fundações.
- Mineração: no cálculo de volumes de corte e aterro, monitoramento de frentes de lavra, pilhas de estéril e estabilidade de taludes.
- Agricultura e silvicultura: fundamentais para o planejamento de curvas de nível, instalação de sistemas de irrigação e drenagem, além do manejo adequado do solo em terrenos com relevo declivoso.
- Geotecnia: essenciais para a análise de áreas de risco, mapeamento de erosões e planos de contenção de deslizamento.
- Geologia: em estudos de mapeamento geológico, análise de falhas e fraturas, modelagem de estruturas geológicas superficiais e apoio a pesquisas de campo.
- Hidrologia: no mapeamento de bacias hidrográficas, definição de cursos d’água, análise de escoamento superficial, planejamento de barragens e controle de cheias.
- Meio-ambiente: na análise e monitoramento de áreas de risco ambiental, no mapeamento e recuperação de áreas degradadas, planejamento de reflorestamento, delimitação de áreas de preservação permanente (APP’s) e apoio a estudos de impacto ambiental e licenciamento.
- Georreferenciamento de Imóveis Rurais: essenciais para atualizar mapas cadastrais, delimitar propriedades rurais com precisão legal e atender as exigências do georreferenciamento de imóveis rurais.
- Urbanismo e loteamentos: no projeto e na regularização de loteamentos, definição de redes de infraestrutura urbana (água, esgoto, energia) e modelagem tridimensional de áreas urbanas.
- Energia e infraestrutura: importantes no planejamento de linhas de transmissão, parques eólicos e solares, oleodutos, gasodutos e obras de grande porte que dependem do relevo.
- Transporte e logística: aplicações em projetos de rodovias, ferrovias, aeroportos e portos, considerando o relevo para otimização de rotas e segurança operacional.
Esses são apenas alguns exemplos de aplicações de levantamentos planialtimétricos. Entendeu agora como esses levantamentos são essenciais em diferentes áreas do conhecimento?
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