Se você chegou até aqui, deve estar se perguntando como automatizar o processamento de dados em projetos que envolvem áreas como geoprocessamento e sensoriamento remoto.
Isto pode ser feito por meio de Ambientes de Desenvolvimento Integrado (IDE). Estes sistemas são aliados indispensáveis para quem busca otimizar projetos que envolvem a criação de mapas e análises geoespaciais.
Fazendo uso de poderosas ferramentas de desenvolvimento de programas, os IDE’s são essenciais para quem deseja trabalhar com geoprocessamento de forma automatizada.
Neste artigo, você irá aprender como automatizar o processamento de dados espaciais utilizando IDE’s voltadas para o geoprocessamento e sensoriamento remoto.
O que são Ambientes de Desenvolvimento Integrado (IDE)?
IDE é uma sigla para Integrated Development Environment (IDE) ou Ambiente de Desenvolvimento Integrado.
Este termo engloba uma série de softwares voltados para auxiliar a criação de programas por meio da aplicação de diferentes linguagens de programação disponíveis em um único ambiente digital.
Esses sistemas funcionam como uma central de controle para programadores, facilitando a criação de programas, condução de testes e implantação de aplicações.
Exemplos de IDE’s comumente utilizados são o Visual Studio Code, o PyCharm, Eclipse e Jupyter Notebook.
Entretanto, no Brasil, você também irá encontrar a sigla IDE sendo utilizada para o termo Infraestrutura de Dados Espaciais. Então, tome cuidado.
Embora também sejam essenciais para o geoprocessamento, os sistemas de Infraestrutura de Dados Espaciais constituem de ferramentas totalmente diferentes dos Ambientes de Desenvolvimento Integrado.
Exemplos desses sistemas incluem o GeoServer, PostGIS e QGIS Server. Eles são utilizados para organizar, armazenar e compartilhar dados espaciais e não possuem nenhuma relação com a criação de códigos para automatização de análises espaciais.
Agora que você já sabe o que são IDE’s e descobriu quais são as suas principais funcionalidades, no próximo tópico, iremos abordar como estes sistemas funcionam do ponto de vista prático.
Como Funciona Um IDE?
Os Ambientes de Desenvolvimento Integrado (IDE) apresentam diversas ferramentas voltadas para a criação de programas, realização de testes e implantação de aplicações. As principais ferramentas que constituem um IDE são:
- Editor de código fonte: esta ferramenta é a alma dos IDE’s, nela você irá escrever e editar os códigos fonte. Pode incluir ferramentas como autocompletar, realce de sintaxe e formatação automática.
- Compilador/Interpretador: esta ferramenta é utilizada para “traduzir” o código em linguagem de máquina. Pode estar associada a criação de executáveis em linguagens como C ou C++ ou execução direta do código em linguagens como Python ou Javascript.
- Depurador (Debugger): esta é uma ferramenta essencial voltada para encontrar possíveis erros (bugs) presentes no código. Ela permite que você execute o código passo a passo, verificando variáveis e definindo pontos de interrupção (breakpoints).
- Gerenciador de Projetos: esta ferramenta permite que você organize os arquivos e diretórios do projeto. Oferece suporte para múltiplos arquivos, dependências e estruturação hierárquica do código.
- Terminal/Console integrado: essa ferramenta permite que você rode scripts sem a necessidade de sair do IDE e facilitando a realização de testes.
- Interação com Controle de Versão: esta ferramenta é voltada para a integração dos IDE’s com plataformas como Git, GitHub ou GitLab.
- Plugins e extensões: a maioria dos IDE’s oferecem suporte para novas ferramentas e funcionalidades por meio da instalação de plugins e extensões.
Por Que Utilizar IDE’s no Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto?
Agora que você já entendeu o que são IDE’s e como funcionam do ponto de vista prático, ficou fácil entender como esses sistemas podem ser aplicados para automatizar a análise de dados geoespaciais.
Nas áreas de geoprocessamento e sensoriamento remoto, frequentemente você irá se deparar com a necessidade de realizar tarefas repetitivas que devem ser aplicadas a um grande conjunto de dados espaciais.
Realizar estas tarefas de forma manual em softwares como o QGIS ou ArcGIS pode ser um processo bastante enfadonho e que demanda uma grande quantidade de tempo. Os IDE’s permitem que você trabalhe de forma muito mais eficiente, principalmente, se você necessita realizar tarefas repetitivas que devem ser aplicadas a um grande conjunto de dados.
Neste cenário, os IDE’s se tornam poderosos aliados de profissionais de geoprocessamento e sensoriamento remoto e oferecem diversas vantagens para automatizar o processamento de dados espaciais. As principais vantagens de se utilizar IDE’s no geoprocessamento incluem:
- Automatização de tarefas: com a ajuda de IDE’s você será capaz de automatizar tarefas repetitivas aumentando a sua produtividade.
- Possibilidade de realizar análises personalizadas: IDE’s permitem que você desenvolva e teste scripts específicos voltados para análise espaciais que exigem etapas de processamento únicas.
- Integração completa de ferramentas de SIG: você será capaz de integrar todas as funcionalidades e ferramentas de softwares como o QGIS ou ArcGIS a linguagens de programação como Python.
- Possibilidade de se trabalhar com grandes conjuntos de dados: com o auxílio de IDE’s trabalhar com grandes conjuntos de dados não é mais um desafio. Após criar scripts personalizados, você poderá aplicá-los com bastante facilidade em projetos de grande complexidade.
- Eficiência, rapidez e assertividade: utilizando IDE’s, você irá usufruir de maior eficiência, rapidez e assertividade para o processamento de dados. Isto está relacionado a uma maior produtividade por tempo de trabalho. Consequentemente, isto irá refletir no aumento expressivo de seus ganhos em projetos de geoprocessamento e sensoriamento remoto.
IDE’s Para o Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto
Bom, agora que você já entendeu o que são IDE’s, como funcionam e porque aplicá-los nas áreas de geoprocessamento e sensoriamento remoto, chegou a hora de conhecer algumas das principais plataformas de IDE’s que apresentam compatibilidade com SIG:
1 – PyCharm
Esta é a IDE mais comum de ser utilizada para integração com softwares como o QGIS e ArcGIS. Isto ocorre porque ela é especializada em Python, a linguagem mais utilizada em geoprocessamento e que apresenta bibliotecas como ArcPy e PyQGIS.
O ArcPy permite automação para Python por meio da instalação de extensão especializada para o ArcGIS. Da mesma forma, o PyQGIS é uma extensão de Python voltada para o QGIS. Outros exemplos incluem o GeoPandas, Rasterio, Fiona e Shapely.
O PyCharm é recomendado se você deseja trabalhar com grandes projetos utilizando linguagem Python para o geoprocessamento, em espacial, em projetos utilizando-se QGIS.
2 – Visual Studio Code (VS Code)
Semelhante ao PyCharm, esta é uma IDE voltada para a linguagem Python, Java Script e TypeScript e apresenta inúmeras aplicações para o geoprocessamento e sensoriamento remoto.
Entretanto, você irá preferir utilizá-la em projetos em que deseja uma IDE leve, com integração Git e que apresenta suporte para outros linguagens além de Python.
Esta ferramenta é ideal para aplicações de WebGIS, como Leaflet ou OpenLayers.
3 – Jupyter Notebook
Esta IDE permite que você realize análises geoespaciais com machine learning em código Python ou R. É ideal se você deseja criar mapas e gráficos interativos ou se busca uma interface mais simples e amigável. Além disso, esta IDE é ideal para modelagem estatística de dados geoespaciais.
Em casos em que você deseja trabalhar com um grande volume de dados, o PyCharm e Virtual Studio Code serão opções mais adequadas.
4 – QT Creator
Esta é uma ferramenta de IDE que permite que você crie plugins personalizados para o QGIS utilizando linguagem C++ ou Python.
Utilizando-a, você será capaz de criar interfaces gráficas e ferramentas especificas para a análise de dados no QGIS.
5 – Eclipse
De forma semelhante ao QT Creator, o Eclipse permite que você crie extensões para o ArcGIS utilizando linguagem Python, Java ou C#.
Para usuários do ArcGIS, esta é uma excelente ferramenta para automatização do processamento de dados e criação de scripts específicos.
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